TESTEMUNHAS DA HISTÓRIA - 2ª GUERRA MUNDIAL

 

“A bisavó da minha mãe, veio da Alemanha junto com seus pais. Quando ela veio para o Brasil, ou melhor, aqui para o Estado de Santa Catarina, foi proibida de falar a língua alemã, pois a ditadura de Getúlio Vargas proibia, pois pensaram que os alemães estavam com ideias ou ideais nazistas.”  (JANETE HUGEN)

 “Meus bisavós fugiram da 2ª Guerra Mundial escondidos em navios para não morrerem. Ao chegarem ao Brasil, instalaram-se em Palhoça. Eles não tinham onde morar e o que comer, foram pedindo ajuda para as pessoas. Eles sentiram muita falta de seus amigos e de seus parentes, tiveram seus filhos e instalaram-se mais tarde em Vargedo ( antigo nome de Leoberto Leal).” (NEZI DE SOUZA)

 “Meus descendentes tiveram muitas perseguições: eram castigados por falarem a língua alemã, xaropiados com óleo cru. Aqui no Brasil as perseguições a cada dia aumentavam. Não podia falar a língua alemã. Então para não aprenderem o idioma alemão, os pais trancavam seus filhos nos quartos para não ouvirem as conversas.” (OSMARINO CORPES SCHEIDT)

 “A minha mãe nasceu na Alemanha e veio para o Brasil com um ano e três meses de idade. A viagem demorou três meses. Minha avó deu a luz no navio a um menino, durante a viagem. Minha mãe aprendeu falar português com 40 anos de idade. Eles vieram para o Brasil porque estava ocorrendo a 2ª Guerra Mundial, e foram residir em Picadas, município de Alfredo Wagner”.

( BERTOLINA SHULE HESSMANN)

   ”Os alemães trouxeram para o Brasil o cultivo de amora, milho e trigo. Vieram muito pobres e investiram na agricultura. Minha família sofreu muito por causa da guerra, pois faltou querosene, importante para poder ter luz em casa, e sal. As pessoas viviam muito assustadas e com medo, pois poderiam morrer a qualquer momento. O irmão de meu marido serviu ao exército e foi até o Rio de Janeiro...”  ( MARIA LEAL e ALBERTO LEAL)

 “Os meus avós fugiram da Alemanha, e quando chegaram ao Brasil, foram muito maltratados (...). Para fazermos compras tínhamos que fazer uma lista e passar por debaixo do balcão para que ninguém visse, pois não sabíamos falar nem escrever em português. Para registrar os filhos, não podamos pôr os nomes em alemão, apenas nomes brasileiros. Quando eu e meus irmãos estávamos brincando na rua e avistávamos brasileiro chegando, corríamos para dentro de casa nos esconder, porque não queríamos ser castigados. Uma das frases de que mais me lembro é: Se tu falar alemão, vais tomar óleo. (RUTH BRANDL -64)

 “Por sorte nosso pai (Sr. Roberto Pedro Garcia) não precisou embarcar no navio que estava se deslocando para o campo de batalha. Após servir um ano o exército, ele estava há dois meses concentrado com um grupo de soldados em Florianópolis. Mas, como ele contava, sempre se fingia passar mal na hora do embarque. Quando não havia mais desculpas e estava com os equipamentos embarcando no navio, veio a notícia de que havia acabado a guerra”.(ANITA GARCIA KRAUS e ANAIR GARCIA DA CUNHA)

   “Quando tinha mais ou menos 18 anos, tínhamos que ficar escondidas, só de casa para a Escola, porque não podia falar alemão. Minha mãe era proibida de ir à loja de meu pai, por questão de segurança, pois ela não sabia falar português. Até as sepulturas de pessoas que eram alemãs eram destruídas. Dois tios meus foram presos por falar alemão. Era uma vida muito triste, isto tudo na época em que Getúlio Vargas era o presidente do Brasil.” ( HELGA MARIAN SCHEIDT) 

 “Em 1925 meus pais vieram para o Brasil em um navio pequeno, e com ele vieram meus outros cinco irmãos e duas irmãs e outras pessoas. Eles chegaram a São Pedro de Alcântara, mas logo se instalaram em Alfredo Wagner, onde nasci. Tínhamos dois filhos quando fui chamado a ser soldado brasileiro na 2ª Guerra Mundial. Fiquei assustado, pois sabia das confusões que a Alemanha tinha contra outros países e não queria correr o risco de morte tão cedo. Aproximadamente um mês e meio antes de partirmos, recebi a feliz notícia que não era mais preciso, pois já tinham achado soldados suficientes.” (EDELBERTO DA SILVA – 82 ANOS    Angelina – SC )